Tuesday, August 29, 2006

MAYONAISE - THE SMASHING PUMPKINS




Esta será, provavelmente, a faixa mais complicada de analisar de todas as 31. Não pela sua simplicidade desarmante, não pela sua latente beleza, não pelo seu tom agridoce em que relata suas palavras. Mas sim pelo contexto. E o contexto de "mayonaise" preenche precisamente a atmosfera "naive" e delicodoce, tanto de si própria, como do disco que a abraça.

Descobri os pumpkins no ano 2000, e para quem se lembra, foi precisamente no ano do seu fim. Li no blitz a notícia em que o careca corgan dizia que a banda acabava porque o gajo estava farto de lutar contra as pitas comercialóides, que só tinham mega decotes e corpos a cheirar a cavalo, para vender. O mais curioso é que, enquanto puto parvo-estúpido-idiotócromo de 15 anos, acreditei no homem. Pensamento comum:"ah e tal a britney é puta. Ah e tal o gajo dos pumpkins tem uma voz de merda mas faz parte do róque. eu também que ando a ouvir limpa biscoitos e garbage e o camandro, também faço parte do róque. Por isso a gaja é puta e o careca com a voz mete nojo tem razão". Todos nós temos vários tempos e várias fases. Mas há coisas que ficam. Esta consciencialização absolutamente ingénua de crença num tipo careca, sobre o qual não costumava dar um tostão furado, deu-me a pensar em ir dar algum dinheirinho ao tipo.

Daí que, quando vi que os pumpkins iam acabar, dei comigo a pensar que disco havia de comprar deles. Porquê? Porque achava que tinham sido uma banda muito grande, e que merecia pelo menos um ítem na minha(ainda reduzida) discografia.
Mas tá claro...eu sou um bocado esquisito. Vai daí e vou precisamente tentar arranjar o machina II o último disco dos pumpkins, disponível na net. comprei-o a uma loja do porto que o vendia como raridade, num duplo disco que também incluia outro cd com cenas instrumentais do corgan, e catrapumba viciei-me. Deixei de achar a voz do corgan irritante e apeteceu-me tentar compreender porque raio tinha gostado daquilo.

E foi aí que a minha atitude do "ah e tal quero ser bué alternativo", passou a puto-comodista-que-vai-comprar-um-béste-ófe. No meio de um book do henrique pote(o quarto salvo erro), e de mais um disco ou dois, lá meto o rotten apples no bucho, meses depois de me ter decidido a comprar o machina II. E pronto. conheci temas como o "rhinoceros", a "drown", e sobretudo a "cherub rock",provavelmente o meu tema preferido dos pumpkins, e que só não cabe aqui porque fui idiota comá merda e ao ir colocando músicas, apercebi-me que não a tinha posto. E ok confesso, estar a pôr mais de 2 temas dos pumpkins achei exagero...mesmo tendo em conta que esta é a minha banda favorita.


cherub rock- o single

Ouvia a "cherub rock" dia sim dia sim, umas boas 10 vezes ao dia, até decorar tudinho. Desde o início com a bateria do camberlain, até ao final quase apoteótico onde parece que a banda opera uma descarga de raiva nos instrumentos. Daí ter ficado curioso com "siamese dream", o disco. daí ter ido "adquirir" de forma um tudinho nada ilícita(cof...cof) a "rocket", naquela de ouvir um tema dos pumpkins integrado no disco. E catrapumba fiquei fascinado com aquelas guitarras fantabulasticamente vibrantes, e com a própria crença de corgan em que vai ser livre um dia. De um escape. De uma vida nova, sem os problemas do passado.

Com o entusiasmo todo, decidi ir arranjar novo tema. Desta vez, e finalmente, dirão os leitores sobreviventes, "mayonaise". a primeira reacção foi"tema bonito...até é engraçado".Tinha 16 anos e não ficara fascinado com o doce sabor das amargas palavras de corgan. Tinha apenas gostado. e não faço ideia de quando raio passei ao fascínio..coisa bastante progressiva.

Adiante: isso talvez tenha acontecido no décimo segundo, com o romance adolescente a atingir o pico enquanto pessoa.não vale a pena estar a gastar os caracteres todos com a paixão assolapada da altura, sobretudo por ser algo pessoal: e que também significou uma espécie de ritual de passagem. A primeira paixão mais a sério. As lágrimas, o maldito prom de décimo segundo, a sensação de que um gajo só pode sofrer com a vida. E "mayonaise" foi a banda sonora que acompanhou o mar lacrimejante, embora chiça isto já me pareça melodramático a mais. Foi com este tema que andei no sofrimento, foi com ele que me emocionei, foi com ele que redescobri algumas sensações desta vez mais sérias que as simples paixonetices de puto. Aquela era mais a sério. e, embora absolutamente envolta em ramificações ingénuas e de algum (mas não assim tanto) cariz platónico, por outro lado também doía. E, agora passados alguns anos, também bela por ter tido um final, embora não o mais feliz de todos, pelo menos o possível, que não foi uma coisa asquerosa e mete nojo.

Daí que o "doomed", a "sorrow" o "run away", "easingando" a "pain", mas sobretudo o "when i can i will" me tornavam mais forte, mas também fraco. Pelo menos mais frágil, mas ao mesmo tempo faziam-me abrir os olhos e sentir um pouco mais forte. Embora para esse sentimento esteja cá a "i can climb moutains", que também tem uma história que gira nesta paixão de décimo segundo.

de qualquer maneira foram centenas as vezes que ouvi este tema, enquanto pensava em tudo aquilo que acontecia à volta. Era este tema que , num exercício quase masoquista, me enchia as medidas para poder "sofrer" à vontade. E ainda hoje quando o ouço, sinto um vazio tremendo, mas também força de vontade para continuar a vida que me deu as memórias daqueles amargos, mas ao mesmo tempo leves doces e quase graciosos momentos. E "mayonaise" é tudo isto, e muito mais. È um momento por si só. È arte.

Wednesday, August 23, 2006



Primeira coisa que penso ao ver este livro: "olha, não o li". Sim, é verdade não li o livro do hornby, e pelo que andei a folhear na bertrand do vasco da gama há uns meses, achei a selecção musical do homem um bocado...vá mediana. De qualquer forma o principal está no contexto, e na forma curiosa em que certos temas aparecem na mona de cada um.

È precisamente esse caminho que quero calcorrear: explicar cada um destes temas de uma forma minimamentge racional, embora tendo em conta o cromo que vai escrever, esperem aquelas belas expressões parvas que de vez em quando uso n'o-som. Não gostam dos temas que vou aqui pôr? possvivelmente não, aliás há alguns que até estão desactualizados desde que coloquei esta lista no forum cinestesia, que agora parece andar em tempos um bocado apagados. No entanto não quero saber e ponho na mesma os 31 temas que me apareceram à frente, quando decidi postar na thread das 31 songs...que já tem porra! quase um ano vi agora. Ok meto outros 31 temas ao calhas. Por um lado terá mais piada: meto agora 31 e depois terei que justificar porque raio os coloquei.

então cá vão eles, pelos vistos ao calhas(caguei para a cena do cinestesia embora tá claro que muitas se vão repetir):

31 temas:

the smashing pumpkins-mayonaise
porcupine tree-piano lessons
pelican-autumn into summer
more than a thousand- the beautiful faces hide witches
arcade fire- rebellion(lies)
hell is for heroes- i can climb moutains
less than jake - the history of a boring town
cult of luna- waiting for you
pearl jam- evenflow
rem- e-bow the letter
killswitch engage- when darkness falls
the vicious five- bad mirror
at the drive in- one armed scissor
twenty inch burial- letters of discontempt
danko jones- lovercall
atreyu- the bleeding mascara
nofx- bob
rancid- time bomb
lagwagon- violins
pain of salvation- ashes(versão acústica,diga-se)
incubus- priviledge
underoath- a boy brushed red...living in black and white
mogwai- haunted by a freak
linda martini- amor combate
smashing pumpkins- soma
deftones- korea
nine inch nails- terrible lie
isis- blacklit
the dillinger escape plan- phone home
faith no more- midlife crisis
turbonegro- i got erection

E pronto. Foram estas podiam ser mais 31...ou outras 31. ou ainda outras 31 e assim por diante. Agora é ter paciência para começar. Ah sim começo pelo princípio, embora me custe falar já da mayonaise. Enfim se calhar até é melhor para despachar um tudo nada.

Os pumpkins estão repetidos. Lamento, mas é a história de cada canção ser uma canção, vamos lá cagar de alto para o nome dos tipos que as fazem. Mas só desta vez.